9.5.14

é quando nos tiram alguém que tanto amamos e nunca pensamos perder tão cedo que nos apercebemos do quanto vale esta vida: nada, simplesmente nada. passamos o tempo todo a preocupar-nos com o que irá acontecer e de repente tudo se desvanece, no ar como pó. tudo acaba por se transformar em cinzas, tudo simplesmente acaba.
os olhos enchem-se lágrimas cada vez que penso que partiste para sempre, cada vez que penso que é inútil manter a esperança que irás voltar. e no fim é isso que mais me mata e corrói por dentro, essa certeza de que é eterna a tua partida, que é irreversível o teu adeus. esta incerteza de não saber onde estás, para onde foste, se algum dia nos vamos voltar a ver. e eu olho para as estrelas, alex, eu olho para as estrelas e tento encontrar-te e falar contigo e dizer tudo o que não pude. e tento acreditar que me ouves, tento acreditar que te consigo fazer ouvir aquilo que não te disse enquanto cá estiveste. e se me estás ouvir quero te dizer que estou com tantas saudades tuas e que nunca te vou esquecer. por mais que o tempo passe a tua, ainda que breve, passagem marcou-me de tal forma que nada jamais a irá apagar. és uma marca para vida.
amo-te 



16.1.14

há dias em que a única coisa que me sacia é a minha própria escuridão. a minha solidão, o meu próprio sofrimento. como se sentisse necessidade de estar ali, sozinha e dilacerada, naquele momento. é como se nem me apetecesse sair daquele estado de alma tão obscuro e tão meu. é uma vontade de não ter nada, de ser nada, de simplesmente desistir. partir para outro mundo, para outra vida.
e o meu corpo está tão pesado e as minha pernas tão cansadas. sou tão cheia de nada e farta de tudo. o meu pensamento consome-me a cada troca de energia entre neurónios, uma autêntica descarga eléctrica sobre todo o meu ser. e é então que eu penso pela milésima vez: que faço eu aqui?


14.1.14

Nunca pensei perder alguém assim, em tão tenra idade. Nunca me senti tão desorientada e perdida em toda a minha vida. De facto o ser humano encara muito mal a morte e eu sou um exemplo disso. Na verdade ninguém vive a pensar que o amanhã pode nem sequer chegar a acontecer, ninguém vive a pensar que aquele pode ser o último dia. Tal como tu não o fizeste e tal como nós também não.
Dilacera-me o coração saber que não te posso ver mais, que já houve essa última vez. Magoa tanto pensar em ti sabendo que não estás aqui e que não há retorno possível. É quase uma dor física, como se o ar me faltasse enquanto me arrancam partes de mim.
Sentir passar o teu corpo por mim pela ultima vez doeu como eu nunca pensei conseguir aguentar, uma dor de tal forma insuportável que eu pedi que me levasses contigo, que fosse eu em vez de ti. A respiração tornou-se ofegante, o meu corpo perdeu as forças e a única vontade que tinha era de cair no chão e gritar, gritar tão alto até a voz me falhar. Gritar por ti na esperança que me ouvisses e voltasses. Será que me ouves Alex? Será que me ouviste de todas as vezes que eu implorei de joelhos que voltasses? Porque não voltaste? Porque partiste? Porquê Alex?


22.10.13

esta sede insaciável de te ver consome-me a cada dia que passa. este desejo incontrolável de olhar para ti, de olhar nos teus olhos, de ver que olhas nos meus, é tão maior do que eu alguma vez pude imaginar . esta vontade insuportável de te ver corrói-me tão profundamente que eu já nem sei o que resta de mim. novamente os meus olhos cegam-me, impedem-me de ver para além de ti, obrigam me a negar tudo que não sejas tu. e quando eu penso que estou a afundar-me num mar de ilusões tu olhas-me com esses olhos, quando a corrente me arrasta violentamente por esse mar dentro tu dizes-me com esse teu olhar aquilo que a tua boca não pode falar.
leva-me, mata-me esta sede.


24.9.13

olha para mim. olhos nos olhos. olhar puro. sem ideias preconcebidas, sem medos, livre de tudo. olha-me como se nunca me tivesses visto antes. olha-me com ternura, olha-me com esses olhos profundos e não digas nada. deixa o silencio do nosso olhar dizer tudo aquilo que as palavras não conseguem explicar. deixa os teus olhos falarem por ti e dá atenção ao que os meus têm para te dizer.
assim. assim na simplicidade de um olhar puro ouve-me. percebe-me. sente-me. encontra-me.


18.4.13

caminho sozinha num mundo frio e escuro, num mundo tão cheio de nada e tão vazio de tudo. neste mundo miserável, preenchido por pessoas ainda mais miseráveis, sem nada para dar, sem vontade de receber. e revolta-me tudo isto. revoltam-me as mortes que noticiam todos os dias. revolta-me a falta de humanidade das pessoas. revolta-me que tudo já seja tão natural como respirar. e revolta-me mais ainda que para alguns seja um milagre respirar, que para aqueles que merecem o sol lhes seja dada a escuridão.
hoje estou de costas voltadas para o mundo e para todos. hoje não me venham falar de mudanças nem da luz ao fundo do túnel. deixem que a minha mágoa e a minha revolta me consumam até ao ultimo pedaço, pode ser que aí renasça.


15.3.13

tenho um enorme nó na garganta e uma vontade imensa de chorar, de deitar tudo cá para fora. debato-me no meu interior na tentativa de me conseguir conter, procurando por forças sem saber sequer onde as encontrar. esforço-me por não deixar que as lágrimas me escorram cara abaixo.
é difícil esconder a mágoa que nos corrói por dentro, aquela nos vai deixando cada vez mais debilitados, que nos arranca aquilo que somos, aquilo que faz de nós alguém; é mais difícil ainda deixar ainda essa mágoa matar-nos lentamente sem saber como a fazer parar, sem saber como acabar com ela.


28.12.12


this foto just describes me perfectly.
full of nothing, feeling like nothing, feeling nothing. too damage to be fixed.

10.12.12

Ainda não escrevi sobre o fim, de como me senti, de como te fiz sentir, de como chegamos lá. Talvez porque não tenha sentido nada, talvez porque já não sinto nada. Já estava vazia há muito tempo e o fim foi apenas a consequência desse buraco que me preenche. O fim foi apenas o culminar de um ciclo que se iniciou há muito tempo atrás e que eu, na minha inocência, tentei ignorar e tomá-lo como algo passageiro.
A verdade é que o vazio faz parte de mim assim como os dedos fazem parte das minhas mãos, a verdade é que este vazio, este vazio que me acompanha, nunca mais vai passar, nunca mais me vai deixar. Sou um poço. Um poço fundo, escuro, vazio. Sou o nada que nunca se vai tornar em algo.
Nobody will ever fix me, I'm just like this, an empty broken person. Always have, always will.


15.9.12

o vazio apodera-se de mim a cada dia que passa. sinto-me como uma folha que é arrastada pelo vento. sem forças, sem vontade de ter forças, sem capacidade para me guiar sozinha, como se algo me faltasse.
sinto-me como se não tivesse nada. como se fosse nada. vagueio sem sentido em direcções alternadas, completamente perdida. vou com o vento e deixo-me levar por ele. continuo sem perceber o turbilhão de pensamentos e emoções que me atravessam a mente e me deixam completamente fora de controlo. eu tenho tudo para ser feliz aqui, tenho tudo para estar bem e simplesmente não consigo. carrego em mim um peso que é preenchido por nada. tenho em mim um espaço vazio que teima em não ser preenchido e me deixa assim. com tudo e ao mesmo tempo sem nada. talvez esteja a ficar louca. talvez sempre tenha sido mas só me tenha apercebido disso agora. será que um algum dia voltarei a ser normal? será que algum dia realmente fui?


e há sempre um vazio dentro de mim. mesmo quando estás comigo e me levas contigo este vazio acompanha-me, acompanha-nos. e não é por não gostar de ti, ou por não te amar o suficiente. sou eu. já fui magoada demais e a minha alma está marcada, ferida, para sempre. já não sei o que é ser preenchida na totalidade nem o que é ser feliz plenamente. quando algo não está bem dentro de nós, nunca nada estará bem à nossa volta. por mais que quem nos acompanhe nos ame incondicionalmente, nós não saberemos como amar de novo alguém e entregar-nos. nós não saberemos ser felizes verdadeiramente. vamos acabar por ficar sós, porque nada será suficiente para nós, nem nós suficientes para o mundo.


e à noite é quando tudo vem. é quando a nostalgia me invade a alma e me faz levitar. a saudade arrasta-me até ti e a corrente com que me debato diariamente leva-me de uma vez só. é quando eu dou espaço a mim própria para me deixar levar por esse mar sem fim e não me importo de me afogar. não me importava de ficar aqui para sempre. ás vezes só queria ser levada para fora deste mundo, sinto-me como se não tivesse nada a perder, como se nada aqui me prendesse e eu simplesmente já não faço falta aqui, já não pertenço aqui. não há mais espaço para mim aqui. e num ultimo fôlego eu peço, levem-me.


20.8.12

o sol brilha. estranhamente continuo a sentir o frio a congelar-me a alma. por mais calor que haja parece que nunca é o suficiente para fazer derreter o gelo, para me aquecer. sou fria por natureza. aprendi com as lições que em tão poucos anos de vida adquiri, a ser dura comigo própria e com quem está à minha volta. eu não escolhi ser feita da matéria que sou, assim como não escolhi ser como sou. a vida molda-nos. a vida moldou-me à sua maneira, sem me dar espaço para escolher o que queria ser, no que me queria tonar. e lamento ser assim. lamento que a vida me tenha feito ser assim.



2.8.12

gostava de saber descodificar o meu cérebro. de ter a certeza do que ele me diz, de ter a certeza que ele está certo. como poderei eu ter certezas, se é nele que eu tenho que encontrar as respostas e é nele também que estão as perguntas?  não vou procurar respostas ao coração. esse órgão, no meu corpo, apenas tem a função de bombear sangue para o resto dos meus órgãos, incluindo o meu cérebro, e é apenas nisso que eles estão ligados. o coração nunca me poderia dar respostas, porque razão inventaram tal coisa? porque razão alguém se lembrou de escolher o coração como o lugar onde armazenamos o nosso amor se é no cérebro que cabem todos os nossos sentimentos e tudo aquilo que faz de nós uma pessoa? porquê?


24.7.12

gostava de escrever sobre nós. de como somos diferentes. de como nos fazemos felizes um ao outro. de como os nossos sentimentos são sempre mútuos. de como nascemos do nada e em algo tão forte nos tornamos. acontece que não sei por onde começar. acontece que não sei o que escrever sobre nós quando há tanto para dizer. ou se calhar não, quando duas pessoas se amam mutuamente que mais há para dizer?


8.7.12

sabes, sempre duvidei de nós. sempre estive à espera do dia em que nos íamos deixar de falar. simplesmente assim, do nada, sem um adeus, sem rancores. sempre fiz figas para que esse dia fosse adiado, e fomos aguentado, aos poucos.  nunca corri atrás de ti, tu nunca correste atrás de mim. os nossos caminhos sempre se encontraram sem qualquer esforço nosso. não demonstramos o quão loucos somos um pelo outro, mas ambos sabemos que eu sou louca por ti e que tu és louco por mim. não somos sentimentais, não fizemos promessas, não fizemos juras nem trocas de amuletos. nunca esperamos um pelo outro mas também nunca seguimos em frente sozinhos. não temos nada mas ao mesmo tempo somos tudo.


28.5.12

só queria ter a certeza que me amas, que sentes a minha falta tanto quanto eu sinto a tua, que pensas em mim cada vez que vês alguém feliz, que o meu nome te vem à cabeça quando falam de amor. só queria saber se eu sou para ti aquilo que tu és para mim: sol em dia de chuva, água em tempo de seca, luz ao fundo do túnel, chão firme num terramoto, farol em alto mar, porto seguro depois da tempestade, vida depois da morte.


18.5.12

tenho medo de voltar a amar. tenho medo de ficar sozinha outra vez. à medida que vou tentado não te amar acabo por te amar cada vez mais, à medida que tento manter uma distância de segurança acabo por me aproximar cada vez mais e quando tento retrair-me, dou-te sempre mais de mim do que aquilo que quero. e se estou a escrever para ti é porque já estou muito para além daquilo que posso controlar, é porque já é tarde demais para me arrepender, tarde demais para voltar atrás. e eu não me quero arrepender nem quero voltar atrás porque eu estou feliz contigo, eu sou feliz contigo. só não quero ler o que acabei de escrever e sentir um enorme vazio. não quero sentir saudade novamente nem viver presa a alguém que não está comigo, a alguém que nunca voltará. não me deixes agora, fica mais um pouco.


11.5.12

mergulho nesta onde de nostalgia e deixo-me levar pela corrente. por mais que eu queira voltar à realidade a corrente é demasiado forte e continua a puxar-me, e então, eu deixo-me levar.
fecho os olhos e a minha mente é preenchida por memórias, recordações de velhos tempos. parece tudo tão real, tudo tão presente como se nunca tivesse passado, como se eu estivesse a viver tudo de novo. sinceramente, confesso que não me importava de voltar atrás, de reviver tudo mais uma vez e assim poder ver se no fim valeu mesmo a pena eu ter sido assim. ter fechado tantas vezes os olhos mantendo sempre a esperança que um dia melhor iria vir, que as pessoas iriam mudar. eu não sei o que teria sido melhor, provavelmente nunca vou chegar a saber. talvez porque não queira ou não precise. sinto que ás vezes é melhor nunca chegar a saber. sinto que ás vezes a minha ingenuidade me faz tão bem.