14.1.14

Nunca pensei perder alguém assim, em tão tenra idade. Nunca me senti tão desorientada e perdida em toda a minha vida. De facto o ser humano encara muito mal a morte e eu sou um exemplo disso. Na verdade ninguém vive a pensar que o amanhã pode nem sequer chegar a acontecer, ninguém vive a pensar que aquele pode ser o último dia. Tal como tu não o fizeste e tal como nós também não.
Dilacera-me o coração saber que não te posso ver mais, que já houve essa última vez. Magoa tanto pensar em ti sabendo que não estás aqui e que não há retorno possível. É quase uma dor física, como se o ar me faltasse enquanto me arrancam partes de mim.
Sentir passar o teu corpo por mim pela ultima vez doeu como eu nunca pensei conseguir aguentar, uma dor de tal forma insuportável que eu pedi que me levasses contigo, que fosse eu em vez de ti. A respiração tornou-se ofegante, o meu corpo perdeu as forças e a única vontade que tinha era de cair no chão e gritar, gritar tão alto até a voz me falhar. Gritar por ti na esperança que me ouvisses e voltasses. Será que me ouves Alex? Será que me ouviste de todas as vezes que eu implorei de joelhos que voltasses? Porque não voltaste? Porque partiste? Porquê Alex?


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